
A pequena que muitos diziam ser tão vazia, era tão cheia de lembranças. Lembranças que vinham durante a madrugada para atormentar. Lembranças de um tempo bom. Tempos no qual ela tinha saudades. Tudo era lembraça, nada mais que isso. Ela vivia de arrependimentos, lagrimas e pensamentos. A pequena queria voltar ao tempo, queria recomeçar sua estrada, porém já era tarde. O que antes a própria chamava de presente, hoje ela chama de passado. Mas não era isso que ela queria, ela queria o passado no presente. Ela não queria viver do passado, viver apenas de lembraças. A única coisa que a mantia ali, eram suas esperanças. No fundo a pequena sabia que não haveria uma outra saída, a não ser esquecer e esquecer. Tão pequena, mas tão cheia de perguntas sem respotas. Aquele presente, que logo logo se tornaria passado seria esquecido. Ela viverá coisas boas no futuro, ela verá que tudo isso foi consequência do passado, passado que ela mesma construiu. Talvez se tudo tivesse sido diferente, a pequena não aprenderia com todos os seus erros, e assim não seria quem é hoje. “Me desculpe por essa minha frieza. Eu também não ando gostando muito dela. Ela anda afastando muita gente de mim. Eu não quero te perder. Mas é que eu me tornei nisso, nessa pessoa sem coração — que na verdade, só finge ser sem — mesmo não querendo. Foi preciso. Foram tantas decepções e quedas, que a gente muda. A vida exige isso da gente. Por favor, só me desculpe por esse meu coração de pedra e esse meu jeito desastrado de ser, que só faz as pessoas se afastarem mais de mim.” Rute Aragão
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